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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Picasso & Blues

Neste segundo capítulo do Blues in Clio Arte, Luciano Leães e seus big chiefs, acompanhados do iconofonista Francisco Marshall, explorarão em sons e imagens um dos momentos mais intensos da história da arte, a famosa "fase azul", vivida por Pablo Picasso entre 1901 e 1904. Nesta cor, Picasso desenvolve temáticas prediletas do blues: prostitutas, mendigos, bares, bebuns e a melancolia, temas e cores que inspiram o repertório original deste show Picasso & Blues.

Quando: Dia 15 de setembro, quarta-feira, às 21h
Vagas: 79
Duração:
Valor(es):
Lugar em mesa:
R$ 40,00 (público geral)
R$ 30,00 (professores, estudantes e seniores)
Plateia:
R$ 30,00 (público geral)
R$ 20,00 (professores, estudantes e seniores)

*As reservas valem até o dia 14 de setembro.


No mínimo imperdível. Nem mesmo em New Orleans se faz um Picasso tão Soul como em porto alegre!


Fonte: StudioClio 

O afogado

Hoje acordei reflexiva. É a reflexão que nos ajuda a dar o equilíbrio à vida, e não sair agindo feito uma desvairada por aí. É preciso refletir para amar, trabalhar, votar (sim!), para conviver em harmonia e, principalmente, para ter força. A força que mantém nosso pensamento claro e firme, nosso peito aberto e nossa vontade de fazer algo além, algo de bom, diariamente. É... a reflexão é fundamental. Ela pode gerar uma certa quietude? Sim. Mas revela também a oportunidade de falar de um outro jeito, ou de definitivamente calar (ando descobrindo que a segunda opção é melhor que a primeira). Refletir estimula nossa compreensão com o outro, estimula a visão do que está ao nosso redor, que está além do “nosso mundo”, onde nos enfiamos em nós mesmos, resolvendo problemas, problemas... refletir deixa à míngua a nossa língua voraz e alimenta nossa inteligência. A reflexão é a forma de mudarmos a nós mesmos, para assim mudarmos o mundo.

Em homenagem à reflexão e ao silêncio periódico, segue um texto de Fernando Sabino, fantástico.

O AFOGADO

- Vocês não souberam o que aconteceu com o carro dele?
Como nenhum de nós soubesse, pôs-se a contar-nos, excitado:
- Imaginem que tinha um sujeito se afogando na Praia de Botafogo e vários carros já haviam parado para ver. Ele parou atrás, junto à calçada. Então veio outro carro em disparada e bateu de cheio no dele.
- Estragou muito? – perguntou alguém da roda.
- Espere, não foi tudo: o dele, por sua vez, bateu no da frente. O da frente atropelou duas moças que iam passando. Elas ficaram feridas levemente, mas os carros ficaram completamente amassados. O dele, então, virou sanfona.
- Mas que azar! – comentou um, consternado.
- Logo aquele carro, novinho em folha! – disse outro.
- Pois foi isso: ficou em pandarecos.
- Então vai custar um dinheirão para consertar.
- Não tinha seguro? – tornou o primeiro.
- Ele não, mas o que bateu tem seguro contra terceiros: só que um seguro de cem mil não dá para cobrir o estrago de jeito nenhum.
- Além do mais, é um inferno tentar receber seguro nessas situações.
- Foi o que ele me disse. E tem os outros dois carros, que naturalmente vão pleitear parte desse seguro também.
- Mas se a culpa foi do outro, tem que pagar tudo.
- Até provar que a culpa foi do outro...
- Não houve perícia?
- Não, parece que não houve perícia.
A conversa prosseguiu entre comentários em que todos lastimavam a falta de sorte do amigo. Todos, menos eu, que me limitava a ouvir, pensativo.
- Você não disse nada – observou um deles.
É verdade, eu não disse nada, continuei calado. Não havia muito que dizer, além do que já fora dito pelos outros. Mas na realidade gostaria de saber o que foi que aconteceu com o homem que estava se afogando.

Até mais!